quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Star Wars: O Despertar da Força - SEM spoilers

por Victor Hugo Furtado

Participação no programa Revista Feevale (17.12), do Núcleo de Rádio da Universidade Feevale para comentar sobre Star Wars - O Despertar da Força. 

Sinopse: Muito tempo após os fatos de "O Retorno de Jedi", encontra-se a Primeira Ordem, uma organização sombria iniciada após a queda de Darth Vader e do Império. O grupo está em busca do poderoso Jedi Luke Skywalker, mas terão que enfrentar outro grupo em busca de Luke: a Resistência, liderada por Leia.

Direção: JJ Abrams
Elenco: Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Adam Driver, Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill Mark Hamill e Lupita Nyong'o.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Crítica | Que horas ela volta?

por Victor Hugo Furtado

"Que Horas Ela Volta?" é inteligente ao propor a discussão que envolve o público com o cotidiano de sua protagonista, que surge fazendo todo tipo de serviço doméstico. Ao fim do dia, exausta, Val se deita em uma cama estreita ao lado do criado-mudo que traz a foto de sua filha e, no fim de semana, pega o ônibus para encontrar amigas na periferia enquanto espera a hora de retomar a labuta.

Trata-se, de uma daquelas relações profissionais que eram muito comuns no Brasil até há cerca de 15 anos: as famílias de classe média para cima tinham, como parte de seu núcleo, uma empregada que “dormia no trabalho” e que era “quase da família” – mas uma “quase parente” que dormia no quarto minúsculo dos fundos, almoçava depois dos patrões e que podia ser chamada a qualquer hora para limpar algo derramado ou para levar um copo de leite na cama para o patrão. Uma realidade na qual moças de 14, 15 anos eram trazidas do interior do país a fim de morar/trabalhar em regime de quase escravidão – mas uma escravidão “humanizada”, de liberais.

A Val é neste sentido, mais do que uma personagem, mas um símbolo de uma época, de uma dinâmica que durou séculos (e que não se extinguiu completamente, é importante apontar). É mais velha e mais experiente, mas respeitosamente chama a jovem patroa de “dona” e “senhora”. É “quase da família”, mas seus patrões não sabem sequer o nome de sua filha e mal parecem escutá-la quando tenta discutir algo pessoal.

“A pessoa já nasce sabendo sua posição”, explica Val à filha em certo ponto. “Quando eles oferecem alguma coisa deles, é por educação; eles sabem que vamos dizer ‘não’”, ela ensina sem qualquer traço de ressentimento. 

Enfim, o reconhecimento de que só não haverá luta de classes quando finalmente percebermos que dividir a humanidade por status econômico é algo que já deveria pertencer somente à História.



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Figurino | "A Garota Dinamarquesa"

por Poly Gouvêa

Com data de lançamento marcada para o dia 27 de Novembro, nos Estados Unidos, o longa "A Garota Dinamarquesa" promete ser um marco na carreira do diretor Tom Hooper. Sucesso na última edição do Festival de Cinema de Veneza, a história traz a questão do transexualismo nos anos 1920 como temática principal, baseado-se em fatos reais da vida do artista Einar Wegener/ Lili Elbe interpretada pelo o vencedor do Oscar, Eddie Redmayne.

O ator por si só, já possui um rosto extremamente expressivo para a construção desse personagem, apresentando uma quantidade certa de delicadeza dos traços complementada por uma maquiagem muito bem realizada. O figurino em si traça essa jornada, mostrando a fase inicial do personagem, com seus ternos em materiais mais pesados, porém de cortes impecáveis, trazendo todos os elementos para caracterizar o homem da época (camisa, colete, blazer, lenço ou grava como complemento). 

Nos momentos seguintes, os vestidos utilizados por Lily apresentam certo recato e inocência, com decotes arredondados e tonalidades empalidecidas. É importante destacar ainda, elementos característicos do período, como o brilho discreto, os comprimentos mídi, cortes retos e materiais como o veludo, a lã e a seda, presentes em diversas peças.

Assinado pelo espanhol Paco Delgado (Lés Miserables, A pele em que hábito), o figurino promete ser um deleite para os aficionados em moda e cinema.




quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Crítica | Missão Impossível - Nação Secreta

por Victor Hugo Furtado

A franquia Missão Impossível chama atenção logo de cara, quando percebemos que excetuando o segundo filme, de 2000, se mantém ao longo desses quase 20 anos, em plena forma e muito linear.

Dessa vez, Ethan Hunt (Tom Cruise) descobre que o famoso Sindicato (organização secreta internacional) é real, e está tentando destruir o IMF. Mas como combater uma nação secreta, tão treinada e equipada quanto eles mesmos? O agente especial tem que contar com toda a ajuda disponível, incluindo de pessoas não muito confiáveis.

Pra começo de conversa nem parece que Tom Cruise tem 53 anos, ainda tem cara de recém ter chegado na casa dos 40. Assusta ainda mais quando descobrimos que a primeira cena é feita por ele mesmo, aquela que tinha tudo para ser o ápice do filme (em muitos outros filmes menos credenciados, seria), onde ele se segura em um avião decolando. A partir da primeira cena, onde tamanha é a realidade e identidade visual, o filme se obriga fazer algo maior. E consegue.

Com muita segurança, o diretor Christopher McQuarrie dá o tom da trama e ousa em certos momentos nas reviravoltas do filme. McQuarrie faz seu trabalho e sem dúvida, diverte do início ao fim, e isso é muito importante.

Simon Pegg é o alívio cômico, que desempenha com maestria e não é de hoje, mas curiosamente, Tom Cruise aceita as piadas e ao aceitar, recompõe e contribui. Rebecca Ferguson é o tom dramático, imprevisível e toma conta da dramatização do filme. Muito talento pra uma escandinava só.

Apesar de humor e a aventura fazerem parte da maioria do filme, as cenas de luta e combate em geral, são todas de alta qualidade técnica e visual. Talvez as melhores da franquia.

Missão Impossível é um ótimo filme, um tanto longo mas o tempo passa desapercebido. Vale a pena conferir Tom Cruise em mais uma de suas apresentações performáticas no papel de Ethan Hunt.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Crítica | Homem-Formiga

por Victor Hugo Furtado

Dr. Hank Pym (Michael Douglas), o inventor da fórmula/ traje que permite o encolhimento, anos depois da descoberta, precisa impedir que seu ex-pupilo Darren Cross (Corey Stoll), consiga replicar o feito e vender a tecnologia para uma organização do mal. Depois de sair da cadeia, o trambiqueiro Scott Lang (Paul Rudd) está disposto a reconquistar o respeito da ex-mulher, Maggie (Judy Greer) e, principalmente, da filha.

Com dificuldades de arrumar um emprego honesto, ele aceita praticar um último golpe. O que ele não sabia era que tudo não passava de um plano do Dr. Pym que, depois de anos observando o hábil ladrão, o escolhe para vestir o traje do Homem-Formiga.

Homem-Formiga consegue se manter em um universo muito particular e não confrontar o já estabelecido pelos “Vingadores”, provando mais uma vez que o planejamento da Marvel e da Disney funciona e muito. O humor não chega não é maçante e não se torna desnecessário, massivo e desinteressante como “Homem de Ferro 3” (sempre será usado como exemplo) porque a escolha de Paul Rudd foi excelente, cumpre seu papel e dá um tom mais informal ao personagem.

A trama transcorre com naturalidade em quase duas horas e pode ser caracterizado simplesmente como ótimo filme, engraçado, inteligente, bem atuado e que separa muito bem seus núcleos. Como tudo tem um, porém, o roteiro é por vezes previsível e dotado de clichês, mas não compromete.

Homem-Formiga é mais um dos autênticos filmes da Marvel com muita ação, humor e personagens carismáticos que seduzem públicos de qualquer idade. Assim como “Guardiões da Galáxia”, descobrimos que podemos exigir sim que os filmes de super heróis sejam cada vez melhores, especialmente se tratando de trilha sonora. Homem Formiga é um ótimo filme de super-herói, mais héroi, do que super. Atenção às duas cenas pós-creditos.



quinta-feira, 9 de julho de 2015

Crítica | O Exterminador do Futuro: Gênesis

por Victor Hugo Furtado

Em 2029, a resistência humana contra as máquinas é comandada por John Connor (Jason Clarke). Ao saber que a Skynet enviou um exterminador ao passado com o objetivo de matar sua mãe, Sarah Connor (Emilia Clarke), antes de seu nascimento, John envia o sargento Kyle Reese (Jai Courtney) de volta ao ano de 1984, na intenção de garantir a segurança dela.

Entretanto, ao chegar Reese é surpreendido pelo fato de que Sarah tem como protetor outro exterminador T-800 (Arnold Schwarzenegger), enviado para protegê-la quando ainda era criança.

“O Exterminador do Futuro: Gênesis” chega às telas com a marota proposta de nada mais, nada menos que reescrever a história. Tarefa simples (ironia). Ora, um dos filmes mais aclamados dos anos 80 e que tem como continuação uma das melhores sequencias da história de Hollywood, “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, do nada, agora aparece com outra trama? Pode parecer tolo o que digo mas, onde fica o respeito aos sentimentos do fã e do expectador que compra boxes da trilogia em promoção no eBay e tem pôsteres no quarto?

Inserir viagem no tempo em roteiros, as vezes conserta, outras estraga, nesse, explode de tão ruim. Confunde-nos, espanta novos fãs e ainda por cima estraga o que já foi feito. Conta-se no dedos os longas que conseguiram trabalhar com o tema viagem no tempo com excelência.

Excluindo a parte de desgaste da franquia, até diverte quando falamos em “filme pipoca”, explosões, tiros, efeitos cada vez mais perfeitos capazes de criar um Schwarzenegger de 30 anos de idade. Mas no contexto fica esquecido.

A verdade é que a franquia já devia se dar por finalizada, é uma grande surpresa que esse último filme tenha terminado, ainda que confuso, tão bem. O pior de tudo, é que percebemos nas ultimas cenas, que vem mais por aí, o que é muito triste, pois se já faltaram argumentos para convencer até o mais fanático dos fãs do Exterminador (Sherminator, vide “American Pie”), preparem-se para uma chuva do que há de mais substituível e deseducador na área dos blockbusters. Repito: é uma grande surpresa que esse último filme tenha terminado, ainda que confuso, tão bem.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crítica | Jurassic World

por Victor Hugo Furtado

O Jurassic Park, localizado na ilha Nublar, enfim está aberto ao público. Com isso, as pessoas podem conferir shows acrobáticos com dinossauros e até mesmo fazer passeios bem perto deles, já que agora estão domesticados.

Entretanto, a equipe chefiada pela doutora Claire (Bryce Dallas Howard) passa a fazer experiências genéticas com estes seres, de forma a criar novas espécies. Uma delas logo adquire inteligência bem mais alta, logo se tornando uma grande ameaça para a existência humana.

Um dia “Mad Max”, no outro “Poltergeist” e dali a pouco “Jurassic Park”. Enfim, voltamos ao século passado. Alheio às mesas redondas que debatem a criatividade do cinema contemporâneo, foquemos no “Jurassic Park”, o parque de dinossauros que, nas mãos de Spielberg, encantou o mundo em 1993 e levou mais de 1 milhão de expetadores ao cinema para encher nossos olhos de surpresa e aguçar nossa imaginação embalada pela trilha inesquecível de John Williams.

Agora é “Jurassic World”, que finalmente abriu para o público em geral e dá a entender na trama que deixou os parques da Disney em Orlando pra trás na questão do entretenimento. É um filme que diverte, ensina, assusta e encanta. Para os mais chegados à franquia, por vezes até emociona, principalmente na cenas finais.

Independente de um certo abuso da nostalgia, o filme é muito divertido e é o que mais podemos chamar de "filme pipoca", é bom, inteligente, e facilmente "mastigável", que não é preciso atentar para cada detalhe para tirar-se proveito. Apesar de as referências por vezes serem minimalistas e exigirem certa atenção, como a camiseta do jovem funcionário comprada no E-Bay.

Obviamente que comparado ao seu primeiro filme, perde, e muito, por razões que vão de contexto histórico até efeitos especiais. O protagonista (humano, pois os reais são os dinossauros) rouba a cena. Chris Pratt já havia feito isso em "Guardiões da Galáxia" e volta a fazer com maestria. Mais um ator estilo Robert Downey Jr. resgatado de filmes B e inserido no mais alto escalão de Hollywood. Com méritos.

Jurassic World é um filme muito agradável, claro que com pequenos erros e excessos, principalmente no que diz respeito a parte "Spielbergiana" da trama, quando aparecem os irmãos que só estão no filme para ocupar mais um núcleo. Núcleo chato, não agrega em nada. Levante-se e leve a família toda para ver Jurassic World, um das continuações muito bem feitas de filmes mais antigos comparados a tantos outros recentes de outras franquias.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Crítica: Os Vingadores - Era de Ultron

por Victor Hugo Furtado

É com uma estética muito interessante e um amadurecimento já esperado, que podemos apreciar “Vingadores – Era de Ultron” ou “Vingadores 2” para os que gostam de encurtar. Mais maduros mas nem por isso menos brigões, o novo longa dos heróis da Marvel empolga bastante. Ainda na direção do competente Joss Whedon, o filme não é tão mais sombrio quanto se esperou, mas muito mais do que o primeiro.

A trama dessa vez gira em torno da tentativa de Tony Stark alavancar um programa de paz virtual, as coisas dão errado e os maiores heróis da Terra, incluindo: Homem de Ferro, Capitão América, Thor, o Incrível Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro, enfrentam um teste derradeiro enquanto o destino do planeta está em jogo.



A equipe deve voltar a reunir-se para derrotar um vilão tecnológico disposto a provocar a extinção humana. Pelo caminho, enfrentarão dois poderosos seres, a Feiticeira Escarlate e o Mercúrio e conhecerão um velho amigo numa nova forma quando J.A.R.V.I.S se tornar o Visão.


O que chama a atenção em Vingadores, é um universo bem construído, assim como os outros. Para concretizar com maestria uma trama de super-heróis, necessita-se prioritariamente de um vilão a altura e um pouco acima dos heróis de vez em quando.

Ultron, o vilão do filme, é a esperança de um Tony Stark cada vez mais obcecado por segurança, mais até do que em “Homem de Ferro 3”, o vilão nasceria como uma oportunidade de segurar a terra de ataques alienígenas, mas, diferente de muitos robôs que nos acostumamos ver no cinema, Ultron é uma mistura de JARVIS, com seu criador Tony Stark e o resto de vontade própria, que acaba por entender que a solução pra raça-humana, é sua extinção. Ou seja, que ela se prejudica cada vez mais e não há espaço para novos erros da espécie. 


Ultron é um vilão desenvolvido e bem distinto, cheio de trejeitos e sacadas inteligentes, apesar de deixar uma sensação nítida de que no final das contas, não assusta e intimida tanto quanto nos trailers. Os Vingadores ainda podem enfrentar algo maior.Junto com ele, surgem os gêmeos, Mercúrio e Feiticeira Escarlate, inserção que por vezes se mostrou substituível, apesar de protagonizarem algumas cenas engraçadas.

As cenas de luta empolgam mais nesse filme do que no primeiro, em dados momentos, aliado a tecnologia 3D, não se sabe muito bem pra onde olhar. Vale ressaltar que nesse ponto, a primeira cena do filme, conta com um belíssimo plano sequência dos heróis lutando na neve contra um exército, que lembra muito as HQs, tudo sincronizado e bonito de ver, deixando já nos primeiros segundos de filme, a percepção deles mais entrosados e amigos, parceiros como devem ser.

“Vingadores – Era de Ultron” é mais um filme de ponta da nova fase Marvel nos cinemas, pode bater AVATAR como a maior bilheteria de todos os tempos e é recomendado para todos os públicos. Ah, e a cena pós-créditos é bem instigante.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Crítica | Birdman

por Victor Hugo Furtado

Do inteligente diretor mexicano Alejandro Gonzalez Iñárritu, aquele mesmo que assustava lá no início da década passada com seu Pulp Fiction Mexicano, “Amores Perros”, e que se seguiu com seu clima frio e derrotista em “Babel” e “Biutiful”, mais uma vez nos faz refletir sobre como podemos plantar hoje, para colher no futuro.

A trama se desenrola através do olhar de Riggan Thomson (Michael Keaton) que no passado fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone da cultura pop. Porém, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway.

Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente.

Mesmo com seu clima de fim triste, Birdman é um trabalho diferente, não menos ousado de Iñárritu, mas diferente. Sempre ganhando em roteiro, considerado e já comprovado como seu forte, concentra em uma câmera de plano sequência que se torna viciante do início ao fim, dando a sensação de profundidade e mergulho literário e geográfico do espectador pelas vielas da parte de trás dos palcos da Broadway.

Apesar de todo o clima tenso em todos os momentos, o filme sugere esperança para um homem que busca se reinventar e que sempre há tempo para novas aventuras, heróicas ou humanas. Além de toda a profunda reflexão de passado, presente e futuro de “Birdman”, Iñárritu tempera essa ótima história com a canibal relação da crítica e os envolvidos na produção teatral da Broadway, que como retratada no longa, é de longe, mais devoradora que a do cinema.

Birdman é gostoso de se ver, e inteligente de se pensar. Vale muito a pena pra quem quer conferir algo mais intenso e, sem dúvida, digno de suas indicações em 2015. Os outros trabalhos do que por vezes é esquecido pelo público, Alejandro Gonzalez Iñárritu, também valem sua atenção.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Crítica | Foxcatcher: Suspense arrastado

por Dáphine Ponte

Foxcatcher, filme dirigido pelo clássico Bennett Miller (Capote e Moneyball), chega aos cinemas brasileiros com o pretensioso subtítulo A história que chocou o mundo. Indicado ao Oscar 2015 nas categorias: Melhor Ator (Steve Carell), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Diretor (Bennett Miller), Melhor Maquiagem e Melhor Roteiro Original, o longa se inspira na tragédia real que envolveu os irmãos campeões olímpicos de luta greco-romana Dave (Ruffalo) e Mark Schultz (Channing Tatum) e o treinador destes, John Eleuthère Du Pont (Carell, irreconhecível) nos anos 90.

Mark (Tatum), ao que demonstra ser, é um homem que vive para os treinos de luta greco-romana, taciturno, mas que tem uma boa relação com o irmão mais velho e a família deste. Tempos depois, ele recebe a proposta do milionário um tanto quanto excêntrico John Du Pont, de patrociná-lo e treiná-lo para as olimpíadas. Schultz, atraído pelo dinheiro do milionário e pelas regalias viria a ter, passa a ser membro da equipe Foxcatcher, que também dá nome à fazenda de Du Pont e da trama.



De início, Mark e John Du Pont passam a ter uma relação muito boa de amizade. Du Pont, como grande admirador dos esportes, é gentil e incentiva muito Mark, principalmente na forma financeira, permitindo que tenha a própria equipe para os treinos. No entanto, John parece sofrer de transtorno bipolar, demonstrando ser gentil com os membros da equipe para depois trata-los com mãos de ferro.

O relacionamento de John Du Pont com Mark começa a se deteriorar e o milionário passa a ter uma certa obsessão por Dave Schultz, que é convencido a treinar na equipe Foxcatcher e morar com a mulher e os filhos na fazenda de John. Anos depois, Mark sai da equipe para começar a lutar em torneios de artes marciais mistas. Dave continua a treinar para as olimpíadas na fazenda Foxcatcher até que um dia, inexplicavelmente, John Du Pont assassina o lutador.

Foxcatcher é uma trama arrastada, sem dúvida, mas a fotografia em tons frios e a trilha sonora prendem a atenção do telespectador, fazendo com que haja um clima de suspense até o final. No entanto, a trama não se explica muito. O que aconteceu para que o milionário excêntrico John Du Pont sempre tente chamar a atenção da mãe idosa que parece não se importar com os esforços do filho? Há um Complexo de Édipo mal resolvido? E qual a motivação do assassinato de Dave Schultz?

Ainda assim, as atuações de Steve Carell e Mark Ruffalo estão primorosas, principalmente a de Carell que mostra uma faceta mais violenta, chegando a ameaçar os membros da equipe com um revólver e agredindo Schultz para depois vestir a máscara da bondade novamente. Destaque também para Channing Tatum que se esforça ao atuar em papeis diferentes das comédias que realizou, mas ainda há muito o que melhorar.