quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Crítica | Foxcatcher: Suspense arrastado

por Dáphine Ponte

Foxcatcher, filme dirigido pelo clássico Bennett Miller (Capote e Moneyball), chega aos cinemas brasileiros com o pretensioso subtítulo A história que chocou o mundo. Indicado ao Oscar 2015 nas categorias: Melhor Ator (Steve Carell), Melhor Ator Coadjuvante (Mark Ruffalo), Melhor Diretor (Bennett Miller), Melhor Maquiagem e Melhor Roteiro Original, o longa se inspira na tragédia real que envolveu os irmãos campeões olímpicos de luta greco-romana Dave (Ruffalo) e Mark Schultz (Channing Tatum) e o treinador destes, John Eleuthère Du Pont (Carell, irreconhecível) nos anos 90.

Mark (Tatum), ao que demonstra ser, é um homem que vive para os treinos de luta greco-romana, taciturno, mas que tem uma boa relação com o irmão mais velho e a família deste. Tempos depois, ele recebe a proposta do milionário um tanto quanto excêntrico John Du Pont, de patrociná-lo e treiná-lo para as olimpíadas. Schultz, atraído pelo dinheiro do milionário e pelas regalias viria a ter, passa a ser membro da equipe Foxcatcher, que também dá nome à fazenda de Du Pont e da trama.



De início, Mark e John Du Pont passam a ter uma relação muito boa de amizade. Du Pont, como grande admirador dos esportes, é gentil e incentiva muito Mark, principalmente na forma financeira, permitindo que tenha a própria equipe para os treinos. No entanto, John parece sofrer de transtorno bipolar, demonstrando ser gentil com os membros da equipe para depois trata-los com mãos de ferro.

O relacionamento de John Du Pont com Mark começa a se deteriorar e o milionário passa a ter uma certa obsessão por Dave Schultz, que é convencido a treinar na equipe Foxcatcher e morar com a mulher e os filhos na fazenda de John. Anos depois, Mark sai da equipe para começar a lutar em torneios de artes marciais mistas. Dave continua a treinar para as olimpíadas na fazenda Foxcatcher até que um dia, inexplicavelmente, John Du Pont assassina o lutador.

Foxcatcher é uma trama arrastada, sem dúvida, mas a fotografia em tons frios e a trilha sonora prendem a atenção do telespectador, fazendo com que haja um clima de suspense até o final. No entanto, a trama não se explica muito. O que aconteceu para que o milionário excêntrico John Du Pont sempre tente chamar a atenção da mãe idosa que parece não se importar com os esforços do filho? Há um Complexo de Édipo mal resolvido? E qual a motivação do assassinato de Dave Schultz?

Ainda assim, as atuações de Steve Carell e Mark Ruffalo estão primorosas, principalmente a de Carell que mostra uma faceta mais violenta, chegando a ameaçar os membros da equipe com um revólver e agredindo Schultz para depois vestir a máscara da bondade novamente. Destaque também para Channing Tatum que se esforça ao atuar em papeis diferentes das comédias que realizou, mas ainda há muito o que melhorar.


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