Em Diana, o também diretor do polêmico A Queda (2004), Oliver Hirschbiegel, se dá gratuitamente à ingrata missão de adaptar para o cinema o mais romântico do que biográfico livro, Diana: Her Last Love, no mais novo longa que remexe parte do contexto histórico e influente da monarquia britânica.
Mesmo com uma performance interessante de Naomi Watts, a proposta não ajuda, Diana narra os acontecimentos que cercaram os dois últimos anos da vida da mulher mais famosa do séc. XX e uma das mulheres mais famosas da história mundial moderna, basicamente desde sua separação até sua morte.
Acompanhamos Diana já separada do Príncipe Charles, após sua indiscrição no caso extraconjugal com Camilla Parker. Ainda morando numa ala do Palácio de Buckingham, Diana é o retrato da falta de dignidade, até conhecer e se apaixonar perdidamente pelo cirurgião paquistanês Dr. Hasnat Kahn, interpretado por Naveen Andrews, da série Lost. Que estranhamente não parece nem um pouco agradável para cativar o amor de uma então Princesa.

Mesmo pecando em não citar a talvez mais íntima das amigas da princesa, Lucia Flecha de Lima, ainda hoje esposa do diplomata brasileiro, Paulo Tarso Flecha de Lima, a proposta de Diana é desmistificar a figura frágil, e mostrar a mulher por trás da fachada irretocável de Lady Di, que necessita de um ombro amigo, de carinho e atenção, no qual o filme ganha uma estrelinha.
A começar pelo grande afeto da protagonista pelo homem que escolheria para substituir seu casamento fracassado. O “maior abandonado” e cheio de vícios (como cigarros, bebida e fast food), parece viver exclusivamente para si mesmo, e para seu trabalho, não conseguindo suportar a pressão de se relacionar com uma figura pública.
Esse é o assunto principal de Diana, o romance com o médico, fato que de certa maneira diminui a importância da pseudo-biografia da lendária Princesa. Afinal esperamos um aspecto mais grandioso de sua vida do que pequenos relacionamentos, mesmo que caracterizados como “o maior amor da vida”.
Diana é um filme correto, mas no máximo bom e que não é elevado além de qualquer outro filme. Dados seus problemas de roteiro, Naomi Watts sai isenta de um longa que não agradou a todos. Mesmo não sendo o exemplo de sósia da “princesa do povo”, Watts consegue simular trejeitos, expressões peculiares e se sair bem naquilo que é mais criticado em filmes USA/ENG, o sotaque.
Pra quem simpatiza com a figura mítica da princesa, responsável por criar um elo eterno da então poderosa monarquia intocável com as mãos literalmente palpáveis da plebe, Diana é um bom filme a ser visto, até por uma questão de conhecimento.
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