sábado, 25 de janeiro de 2014

Crítica | O Lobo de Wall Street: Eu compraria aquela caneta

por Victor Hugo Furtado

Imprimindo um ritmo raro de diálogos memoráveis, O Lobo de Wall Street se configura como um dos melhores filmes da carreira do brilhante cineasta Martin Scorsese (que dirá da dobradinha com DiCaprio), mostrando no longa de 2013, que até escorrega com A Invenção de Hugo Cabret, mas tem toda a capacidade, apoio e vontade de continuar sendo um dos maiores cineastas de todos os tempos em sua plena forma.

Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) trabalhou duro em uma corretora de Wall Street, seguindo os ensinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew McConaughey).

Quando finalmente consegue ser contratado como corretor, acontece o Black Monday, que faz com que as bolsas de vários países caiam repentinamente. Sem emprego e com uma ambição fora do padrão que se pode considerar normal, ele acaba trabalhando para uma empresa de fundo de quintal que lida com papéis de baixo valor, que não estão na bolsa de valores.



É lá que o personagem jovem e moderno à moda antiga tem a ideia de montar uma empresa focada neste tipo de negócio, cujas vendas são de valores mais baixos mas, em compensação, o retorno para o corretor é bem mais vantajoso. Ao lado de Donnie (Jonah Hill) e outros amigos dos velhos tempos, ele cria a Stratton Oakmont, uma empresa que faz com que todos enriqueçam rapidamente e, também, levem uma vida dedicada ao prazer.

A grande verdade é que essas cenas de “prazer”, com atores desnudos, dinheiro sendo gasto como areia no deserto, luxúria, drogas e piadas desenfreadas da vida contemporânea feitas por Belfort e sua trupe, não ofendem o espectador, de tão cativantes e espontâneas que conseguem ser. 



Podemos afirmar com toda certeza que Leonardo DiCaprio nasceu para atuar neste tipo de comédia, fazendo no longa, uma dupla impecável com Jonah Hill, proporcionando um encontro de dois oriundos das últimas duas gerações de grandes atores norte-americanos.

Além das caras e bocas e a grande capacidade de narrativa, o que mais impressiona na atuação de DiCaprio são os discursos motivacionais para a empresa, com jeito de pastor evangélico e uma paixão excessiva impressionante, ele convence inclusive o espectador, que obviamente reconhece a farsa.

Um elenco invejável, que ainda conta com a curta e hilária participação de Matthew McConaughey e Margot Robbie em uma atuação maravilhosa como a esposa de Jordan.

O Lobo de Wall Street, apesar de ter três horas, é tranquilo, engraçado, criativo e cativante de assistir. Isso se você não for um puritano e politicamente-correto que se incomoda com cenas de drogas e prostitutas.

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