sexta-feira, 11 de abril de 2014

Varilux 2014 - Crítica | Eu, Mamãe e os Meninos: De cara limpa, o autor conta sua própria história

por Victor Hugo Furtado

Além de ser um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2014, Eu, Mamãe e os Meninos é um dos longas do festival que mais carrega simbolismos e metáforas.

O longa de Guillaume Gallienne, que conta com cinco prêmios César (Oscar do cinema francês) e 2,3 milhões de espectadores, é uma tragi-comédia, que de maneira pouco convencional, fala da questão da orientação sexual diante dos laços familiares.

Eu, Mamãe e os Meninos, que tem como origem um monólogo autobiográfico teatral de Gallienne, é retomado agora com maior ambição na narrativa em seu primeiro projeto como diretor de cinema.

Ora triste, ora engraçadíssimo, de cara limpa, o autor conta sua própria história, marcada pelo conflito de identidade sexual que viveu na infância e na juventude.

De maneira ímpar, interpretando a si e sua mãe, Guillaume, de 42 anos, mostra seu brilhantismo como polivalente dramaturgo Frances, na trama que apesar de familiar, apresenta um “estudo” interessante e por vezes complexo da percepção de aceitar sua natureza sexual sem “ofender” o conservadorismo. Guillaume não sabe se é uma menina que gosta de meninos ou se é um menino que gosta de outros meninos.

O termo complexo serve perfeitamente na confusa explicação, quando o filme vai se encaixando e junto com ele, a cabeça do protagonista.

Descobrir qual é a sua identidade sexual, é alma da história, afinal, destaca o filme, faz parte do amadurecimento e das escolhas libertárias do ser humano inserido num contexto familiar, que como se mostra bem, pode ser bem complicado.

Eu, Mamãe e os Meninos, é um filme muito interessante, engraçado e comovente, que é muito recomendado para meninos ou meninas, que ainda não sabem o que querem.




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