terça-feira, 23 de abril de 2013

Crítica | Homem de Ferro 3: Jarvis nunca trabalhou tanto!


por Victor Hugo Furtado 

Fim de trilogia é sempre dificil, tanto para quem faz como pra quem assiste. Mais dificil ainda, quando o diretor resolve mudar drasticamente o estilo da trama. Homem de Ferro 3 - agora na mão de Shane Black - aposta as fichas que tem e as que não tem em um Tony Stark muito acima de um playboy enlatado, focando em um protagonista que não precisa de armadura para ser um herói. Black foi muito corajoso, e algumas vezes irresponsável, ao fazer um filme tão diferente dos dois primeiros e até de Os Vingadores (2012).

A vida pessoal de Stark - que não andava bem das pernas - é completamente destruida, obrigando-o a partir em uma jornada em busca de respostas na qual o gênio conta apenas com sua engenhosidade e instinto de sobrevivência para proteger as pessoas próximas a ele. Instinto esse, que abriu um leque de possibilidades para libertar toda a amplidão do universo Marvel contido na cabeça do protagonista.



A terceira parte da trilogia, é gostosa de se ver, dificilmente alguém vai achar o filme ruim, Shane Black e Drew Pearce, abusaram de um Tony Stark comediante com tiradas sarcásticas - típico dos personagens de Downey Jr. - na maioria massiva das vezes hilárias, outras, desnecessárias. Ainda mais agora, que o herói não precisa estar na armadura para controlá-la, garantindo boas risadas.

Para quem ama HQ's o longa algumas vezes vai deixar a desejar - poderá irritar - não na introdução, mas sim no desdobramento dos vilões na trama. O "Mandarim" em questão, é bem diferente daquele que nos acostumamos na páginas do gibis, mas, pra quem vai ao cinema disposto a ver um filme, e não uma adaptação, é só alegria, admiração e um show de interpretação de Ben Kingsley.

A "maldade" em si, fica mesmo a cargo de Aldrich Killian (Guy Pearce), cientista e fundador de uma organização privada que desenvolve o vírus Extremis, capaz de dar força e resistência incomuns aos humanos. É nesse contexto que o longa prioritariamente, põe a prova se Stark é ou não herói, introduzindo pela primeira vez um vilão capaz de transformar suas armaduras em sucata. Aliás, elas eram tão fortes antes, quando ficaram tão frágeis? Jarvis nunca trabalhou tanto, isso eu garanto.

Também merece destaque, o espaço que Shane Black encontrou para introduzir o garotinho gênio, Harley (Ty Simpkins) para tratar daquele assunto típico dos americanos, o bullying, o que deu margem para mais piadinhas. O "Mini-Stark" se saiu muito bem, não ficou meloso como nos filmes de Spielberg, ele é forte e inteligente e engraçado, a ponto de Tony se identificar e ainda que subliminarmente, apostar no geniozinho. Gênio esse, que no futuro poderá ser playboy, bilionário e filantropo.


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