domingo, 28 de abril de 2013

Crítica | Moonrise Kingdom: Amor juvenil de uma forma não convencional

por Dáphine Ponte

Recentemente vi, Moonrise Kingdom (2012), do diretor texano Wes Anderson. Confesso que é o primeiro filme que vejo desse diretor, apesar de já terem me falado que Os excêntricos Tenenbaums (2001) é uma ótima comédia "excêntrica".

Moonrise Kingdom se passa na década de 1960, sua trilha é repleta de músicas da época e mostra a história de um amor quase impossível de dois pré-adolescentes, Sam e Suzy (interpretados pelos ótimos Jared Gilman e Kara Hayward), que se conhecem quando Sam assiste a uma peça da igreja em que Suzy participa.

Sam é um escoteiro cáqui, que tem conhecimentos em cartografia, mas acredita não ter vocação para o escotismo. Seu grupo de escoteiros é liderado pelo ingênuo e incapaz escoteiro-chefe Ward, interpretado por Edward Norton (Clube da Luta), que quase sempre está com aquela expressão de maior abandonado. Confesso que o acho lindo assim! Suzy é uma linda garota, que tem problemas de comportamento e se envolve em brigas na escola e com seus pais.

O filme se inicia com um homem explicando a geografia do lugar onde se passa o filme, provavelmente localizado na região da Nova Inglaterra. Também mostra crianças brincando em um cômodo da casa, enquanto ouvem a gravação de um garoto explicando os componentes importantes para uma orquestra, como os instrumentos de sopro e de cordas.

O casal começa a trocar cartas falando sobre suas rotinas ruins: Sam conta sobre as brigas com os garotos do abrigo onde mora, queima a casa de cachorro quando passa a morar com seus pais adotivos (Sam é órfão), enquanto Suzy reclama dos irmãos mais novos e das brigas que se envolvem. A partir daí, os dois planejam fugir juntos para um lugar longe de onde eles moram e afastar-se um pouco de suas vidas.
Moonrise Kingdom é uma comédia romântica, é um filme de crianças, que tem um pouco da inocência juvenil. Se Sam e Suzy tentam agir como adultos, batalhando por suas vontades e decisões, os adultos agem como crianças. É o caso do escoteiro-chefe Ward, que acredita fielmente nos escoteiros que ele cuida e que eles lhe obedecem.

É também o caso da mãe de Suzy, interpretada pela atriz Frances McDormand (Queime depois de ler), que tem um caso com o xerife do condado, o capitão Sharp, interpretado por Bruce Willis (Duro de Matar), sendo a primeira vez em que o vejo interpretando um papel totalmente dos filmes de ação que ele faz. A mãe de Suzy e o capitão mantêm um caso, mas se restringe apenas a uma conversa perto do farol, enquanto os dois fumam cigarros.

Pode ser visto como uma forma de demonstrar a perda da inocência, a cena em que Sam fura as orelhas de Suzy com os brincos que acabara de fazer. A garota sofre com isto, mas fica feliz ao final, ainda que se mostre o filete de sangue fluindo pelo seu pescoço.

Para finalizar, vou contar a cena que mais gostei neste filme. Há uma cena em que Sam e Suzy dançam na praia, juntos ao som de Le Temps de L´Amour, música de Françoise Hardy. Nesta cena, o casal tem a experiência do primeiro beijo e Suzy permite que Sam toque nos seios dela. De certa forma, chega a ser uma cena bonita, não erótica. Acredito que haja um pouco das primeiras experiências com o sexo oposto na adolescência.

E é isso aí, gente! Esta foi a minha primeira resenha aqui no Cinéfilos Mecânicos. Se gostaram, comentem! Se não gostaram, também comentem! Críticas construtivas sempre nos ajudam a aperfeiçoar. Até a próxima!

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