segunda-feira, 28 de julho de 2014

Crítica | Guardiões da Galáxia

por Victor Hugo Furtado

Embalado por uma trilha sonora escolhida com perfeição, Guardiões da Galáxia abre definitivamente os horizontes dos estúdios, que se ainda tinham algum receio de tal adaptação, ou algo do gênero, o medo se esvaiu diante da grandeza de cinco indivíduos à margem daquilo que podemos chamar de: heróis.

Em uma Terra alternativa do século XXXI, o aventureiro Peter Quill rouba uma esfera pertencente ao poderoso vilão Ronan, e passa a ser procurado por vários caçadores de recompensas.

Para escapar ao perigo, ele une forças com quatro personagens fora do sistema: Groot, uma árvore humanóide (Vin Diesel), a sombria e perigosa Gamora (Zoe Saldana), o texugo rápido no gatilho Rocket Racoon (Bradley Cooper) e o vingativo Drax, o Destruidor (Dave Bautista).

Mas Quill descobre que a esfera roubada possui um poder capaz de mudar os rumos do universo, e logo o grupo deverá proteger o objeto para salvar o futuro da galáxia.

Não deixa de ser uma grande surpresa, o acerto da Marvel estúdios com a empreitada Guardiões da Galáxia, que ao fugir do estilo Vingadores de super-heróis, apresentam criaturas curiosas e perdidas num determinado ponto do grande universo, prontos para quebrar a linha do certo e o errado e nos fazer rir por quase duas horas.

Encabeçado pelo personagem Peter Quill, interpretado de maneira brilhante por Chris Pratt, essas duas horas são categoricamente conduzidas com humor leve, não enjoativo, que pode ser levado por até mais tempo que isso. Personagens fortes e que não se levam a sério, acabam por se tornar o coração dessa adaptação quase 100% fiel à dos quadrinhos.

Esses personagens, escolhidos a dedo, dão um tom de harmonia ao filme, mesmo debaixo de pressão e porrada na maior parte do tempo. Rocket Raccoon, faz valer cada centavo gasto com a voz do galã Bradley Cooper, que fala demais, pena até que não fala mais ainda, pois quando não está fazendo piadas engraçadas - e que não aparentam ser forçadas no roteiro como em Homem de Ferro 3 ou Thor – O Mundo Sombrio – está dando um jeito de burlar a morte com sua super capacidade técnica de combate bélico e também sua super inteligência para com as tecnologias.

Zoe Saldana brilha como Gamora, alienígena de grande capacidade física, que apesar de ser mulher, é a que por fim mais “engrossa” com os inimigos. Dave Bautista é Drax, um troglodita que por não entender metáforas, se torna engraçado, mas seu dom é mesmo destruir tudo que vê pela frente. Groot é uma espécie de arvore humana, bondosa e ingênua, e que na voz interessante eu diria, de Vin Diesel, só sabe dizer uma frase: “I am Groot”, mas essa frase, dita com diversas entonações, ele termina por se expressar até melhor que seus "faladores" companheiros Quill e Rocky, interessante, não?

Vilões bem construídos e revelados cada um no seu momento tornam o filme um dos melhores da Marvel, que pelo apresentado este ano, está cada vez melhor. Guardiões da Galáxia merece um grande parabéns e cada centavo do seu dinheiro no cinema. Ah! a sessão cabine de imprensa não mostrou a cena pós créditos, tanto segredo merece uma grande surpresa.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Figurino | O Último Amor de Mr. Morgan

por Poly Gouvêa

Dirigido pela francesa Sandra Nettelbeck, e baseado na obra La Douceur Assassine, de Françoise Dorner, O Último Amor de Mr Morgan é uma história dramática, que mostra as relações entre o amor e a saudade em diferentes perspectivas. Os personagens principais, Mattew Morgan (Michael Caine) e Pauline ( ClemencyPoesy), vivem duas vidas distintas, marcadas por perdas que nem um deles conseguiu superar. Sua relação de confiança, troca e apoio leva a trama de maneira graciosa, pontuada por momentos mais dramáticos.

Filmado na frança, o ar europeu, combinado com uma trilha sonora de Hans Zimmer( O Código da Vinci, Sherlock Holmes, 12 Anos de Escravidão e por ai vai...) consegue envolver o cada vez mais o telespectador em sua narrativa. Consequentemente, o figurino sóbrio ajuda a complementar essa característica, mantendo certa sobriedade nas peças e cores.

O estilo clássico de Mattew é notável, na presença de peças como ternos, blazeres, camisas e gravatas. Devido ao frio europeu, casacos alongados e suéteres também foram utilizadas, passando assim, uma sensação de seriedade, e até mesmo melancolia por parte do personagem, juntamente com os cabelos branco e o guarda chuva, que aparece junto ao personagem em diversas cenas.

Pauline utiliza cores neutras em grande parte do filme, o preto, o branco e o cinza principalmente. As peças porém possuem um ar mais descontraído, devido também ao fato de ser uma professora de dança na trama, que tem a bolsa transversal como peça chave. Os tecidos são mais leves, e o contraponto entre os dois figurinos, ajuda a manter a ideia de simultaneidade entre diferenças e semelhanças dos personagens.